[img:JoseLuiz_c__pia.jpg,full,alinhar_esq_caixa]Amigos.

Exceto pela confusão a respeito do porte (primeiro registra-se depois requer-se o porte – algo impossível no governo do pt), o artigo é bastante oportuno.

“…Ou será que alguém imagina que o seqüestrador-assassino comprou a sua arma em um estabelecimento comercial autorizado, mediante a apresentação do porte de armas e, ainda por cima, a registrou regularmente?…”

Abraços.

José Luiz

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    Marli Nogueira (A autora é Juíza do Trabalho em Brasília).

    Tenho ouvido as mais disparatadas opiniões a respeito do seqüestro em Santo André, inclusive de pessoas que, em razão de sua autoridade, tinham a obrigação de não ser tão superficiais. Há quem diga, por exemplo, que ele resultou de uma “arraigada cultura machista”. Mentira! Ele resultou, isso sim, de uma paixão, doença da alma que, na ausência de antídotos fortes que só podem ser produzidos mediante uma excelente formação moral que dê estrutura ao indivíduo, acaba extravasando de seus bordos e causando tragédias como essa. Paixão, como essas autoridades deveriam saber, deriva do termo grego pathos, que significa exatamente “doença”. Dele vêm os demais termos ligados ao mesmo tema, como “patologia” e “patológico”. E, como doença da alma, pode acometer homens ou mulheres. Aliás, não são tão raros assim os casos de mulheres que matam seus maridos por ciúmes, exatamente como fez o rapaz de Santo André. Pretender utilizar esse caso para estimular mais desavenças, colocando mulheres contra homens, é, no mínimo, uma irresponsabilidade.

    Outra opinião completamente distorcida é a de que o crime decorre da “permissão exagerada” do uso de armas. Mais uma mentira da grossa! Ou será que alguém imagina que o seqüestrador-assassino comprou a sua arma em um estabelecimento comercial autorizado, mediante a apresentação do porte de armas e, ainda por cima, a registrou regularmente? Ele mesmo afirmou que “comprar uma arma é facílimo”. E é mesmo. Basta contatar um bandido qualquer, pagar-lhe o preço solicitado e pronto. Esse papo de desarmamento (que fatalmente voltaria à baila após o “sucesso” da Lei Seca) é conversa mole para boi dormir. O Brasil somente poderá aceitar uma política de desarmamento no dia em que o governo conseguir impedir por completo a entrada de armas contrabandeadas no país. E não só isso.

    Deverá, primeiro, retirar as armas de todos os bandidos. Onde já se viu deixar a população desarmada em meio a milhares (ou milhões, talvez) de bandidos que as utilizam para matar cada um de nós? Desproteger os justos enquanto não se toma medida alguma contra os injustos é o cúmulo da injustiça.

    Não sejamos hipócritas! Na verdade, o grande responsável pela morte da adolescente Eloá foi o “politicamente correto”, esse assassino invisível de valores, que tantas conseqüências desastrosas já acarretou. Se a sociedade entendesse que o correto é punir o agressor e defender a vida da vítima, ela certamente não estaria morta agora. Seu seqüestrador sim, poderia estar em seu lugar. É exatamente para preservar a vida da vítima em mãos de bandidos como ele que a polícia possui atiradores de escol.

    Mas ai da polícia se resolvesse se valer de algum desses atiradores para, à custa da vida de seu seqüestrador, salvar a menina-refém! Toda a turma dos Direitos Humanos e dos defensores do Estatuto da Criança e do Adolescente estaria, agora, vociferando contra a instituição.

    Essa gente parece não compreender que a partir do momento em que alguém decide, deliberadamente, infringir todas as regras da boa convivência, deve arcar com os custos dessa decisão.

    Punir os maus e defender as suas vítimas não é favor algum, mas uma obrigação. Até os antigos gregos já sabiam disso. Ensina Platão que quando Hermes indagou a Zeus se deveria distribuir a arte da justiça e do respeito a todos os homens, indistintamente, este respondeu: “A todos. Que todos os compartilhem, porque as Cidades não poderiam surgir se apenas poucos homens os detivessem, assim como acontece com as outras artes. Aliás, em meu nome, estabeleça como lei que aquele que não sabe compartilhar o respeito e a justiça seja morto como um mal da Cidade”.

    Mas como há séculos a humanidade vem se afastando cada vez mais dos valores que plasmaram a nossa civilização, a própria vida se encarrega da cobrar-lhe por esse desatino, e de maneira impiedosa.

    Casos como esse só podem mesmo resultar em tragédias, com imensa dor não apenas para a família das vítimas, como para todos os homens e mulheres de bem que ainda se pautam pelos poucos valores que ainda nos restam. Mas esses casos não constituem mais novidade alguma. Cada vez se tornam mais freqüentes e também mais violentos. E assim continuará sendo até que a sociedade, cansada de iniqüidades e dos discursos retóricos que lhes dão ensejo, resolva pôr um basta a esse estado de coisas, retomando os valores que permitiram sua agregação. E um deles é, justamente, o de fortalecer (em todos os sentidos) aqueles que, como a polícia, existem para protegê-la.

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6 comments untill now

  1. Marcelo Pereira @ 2008-10-26 11:29

    Assino embaixo!

  2. Rodolpho Villas Boas Neto @ 2008-10-26 19:06

    Com certeza a pobre Eloá teve dois assassinos o primeiro o louco linderbergh que a Policia teve varias oportunidades de mandalo para o inferno sem ter feito sequer vitima alguma mais foi intimidada pela outra assassina a midia pois caso fizésem o certo matassem o bandido ao invés de receberem gratidão irinham com certeza ser trusidados pela midia e chamados de assassinos o mesmo que aconteceu em 1997 em Eldorado dos carajas quando a policia cunpriu o seu dever e foi massacrada pela rede globo e pelo progama do ratinho e tambem em 1992 na invasão do pavilhão 9 no carandiru depois de uma rebelião que perdeu todo o controle se a trópa de chóque não pussése ordem eles teriam acabado com tudo e fugido todos para fóra para assaltarem e matarem inocentes! eu pergunto porque todos estes imbecis que querem desarmar os cidadães e esculhanbar a policia porque não botam um bandido na casa de cada um para ver se eles aceitam cuidar dos vagabundos há isso eles não aceitam !então que calem a boca parem de querer desarmar os cidadães honéstos e de meter o pau no serviço da policia

  3. Magnífico!Só isso.

  4. Muito lúcidas e sensatas as palavras da Meretíssima
    Juíza ; aliás o Marquês de Beccaria , um dos principais criminalistas , a contribuir para
    humanização das leis , disse há mais de 200 anos , da inutilidade das leis que tiram a arma do cidadão de bem , deixando ” o ferro ” nas mãos do celerado !

  5. Luís Augusto Panadés @ 2008-11-05 15:14

    Porque as coisas estão como estão…

    Um colega aqui disse que não se deve meter o pau na polícia, eu discordo, a moça citada, Eloá, esta morta porque o oficial superior, Coronel Felix que não é um de operações especiais foi colocado no comando da operação e não teve coragem de dar a ordem. Ele pessoalmente errou mas a culpa vai para a instituição, infelizmente, a polícia errou e temos que meter o pau porque isso custou uma vida que poderia ter sido polpada. Acontece que o GATE se gaba muito de ter grande números de sucessos e isso trouxe um vício danoso. Tratou-se o caso particular pelo comum. A instituição ficou viciada em ver casos onde ele enrolaram, enrolaram e acabou tudo bem, por sorte, todavia poderiam ter também acabado de forma negativa. Isso cria um vício, ficam acostumados a querer resolver tudo na negociação e quando acontecem os casos em que não dará certo não diferenciam. Pior ainda, agora todo tipo de desajustado vai se sentir estimulado a sair fazendo besteira por aí.Há que se deixar o recado, negociar com a polícia é: entregar a refém, se entregar e ir responder na justiça, ou caixão. Temos que
    aprender a ter como prioridade a vida dos reféns.

  6. Luís Augusto Panadés @ 2008-11-05 15:22

    é no mínimo triste que um oficial superior não tenha coragem de dar uma ordem dessas e pior não tenha o bom senso de faze-lo. Como disse é o vício de resolver empurrando com a barriga, enquanto a sorte ajuda, tudo bem… digamos que faltou sorte, porque a falta de competência ficou mais que explícita.

    Outra questão que temos que discutir é o judiciário. Sim. Os juízes decidem o que querem e ninguém os responsabiliza pelos seus atos de poder. O Juiz libera o cara no Natal, na páscoa… o cara comete um crime, rouba, mata e nada acontece com o juiz que assinou a sua soltura.
    Pior que nem o supremo esta aí para a população, agora deram mais um atestado disso por proibir as audiências virtuais… tá certo o Brasil é rico suficiente para deixar o Fernandinho Beira Mar e outros como ele fazendo turismos aeronáutico. Nem precisa falar com consideraram o Estatuto do Desarmamento constitucional.
    O Relator da coisa, o Lewandowisk, não esqueçam o nome do desgraçado, fez bem ao enganar os representantes que foram defender o cidadão de bem, no final, como sempre, eles fazem o que querem. Afinal o que é 66% população explicitando a sua vontade, eles são mais poderosos do que esses meros 66% joãos ninguém.

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